As medidas que vêm sendo adotadas por governos estaduais e municipais nos últimos dias para reduzir as restrições provocadas pela pandemia do coronavírus (covid-19) são um alento para o setor de eventos de cultura e entretenimento, o mais impactado pela crise. “É uma garantia de que o processo de retomada do setor continue, sem recuos decididos de uma hora pra outra que provocam insegurança em toda a cadeia. Nossa expectativa é de que todo o país siga esta tendência, com base na queda dos índices epidemiológicos”, salienta Doreni Caramori Júnior, empresário e presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – ABRAPE.
Já está mais que provado pela ciência, reforça o executivo, de que as atividades de cultura e entretenimento não provocaram aumento dos casos, desde que o processo de retomada foi iniciado no último trimestre de 2021. “Mesmo assim, novas restrições foram estabelecidas no início do ano, afetando o segmento em períodos importantes como parte do Verão e Carnaval, fundamental para grande parte da cadeia produtiva. Esperamos que esta tendência de fim das restrições acabe definitivamente com a insegurança que marcou o setor nestes dois anos de crise”, ressalta Doreni.
Para conscientizar a sociedade e poder público sobre a importância do retorno dos eventos, a ABRAPE lançou, nas redes sociais, a campanha #SinalVerdeparaRetomada, que destaca iniciativas já realizadas no Brasil que reforçam os eventos como atividades seguras e sem impacto nos índices epidemiológicos. Além disso, relaciona exemplos de países que tiveram sucesso na redução das restrições, eliminando inclusive o uso de máscaras, e incentivo à retomada do setor como vetor essencial da economia.
Dois anos de luta
A ABRAPE vem liderando, nos últimos dois anos, uma série de iniciativas para amenizar os impactos da crise no setor, em várias frentes. Para diminuir os prejuízos, foi uma das responsáveis pela criação e aprovação da Lei 14.148/2021, que estabeleceu o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos – PERSE, essencial para a sobrevivência do segmento. Para acelerar a retomada, elaborou, por exemplo, protocolos de segurança epidemiológica e o Radar ABRAPE, que criou um índice seguro e data exata para a retomada das atividades em todo o país.
O segmento de eventos de cultura e entretenimento é responsável por 4,32% do PIB nacional. Com movimentação anual de R$ 270 bilhões, realiza mais de 590 mil atividades por ano em todo o país. Além disso, representa, por ano, R$ 4,65 bilhões em impostos federais, R$ 75,4 bilhões em consumo e R$ 2,97 bilhões em massa salarial, em uma cadeia que envolve 52 atividades e cerca de 23 milhões de empregos.